Psicóloga alerta para altos índices de suicídio e defende maior presença da Psicologia nas escolas

por Rochany Rocha publicado 16/09/2025 11h02, última modificação 16/09/2025 11h02

A sessão desta terça-feira (16), na Câmara Municipal de Serra Talhada, recebeu a psicóloga clínica Hélcia Sampaio Muniz Garcez, que fez uso da tribuna popular para tratar de um tema delicado e urgente: “Da Negligência à Saúde Mental e os Altos Índices de Suicídio: O Escárnio Maior do Desespero Humano”, em alusão à campanha Setembro Amarelo.

Em sua fala, a psicóloga destacou a necessidade de enfrentar o tabu que envolve o suicídio.

“É muito importante tratar desse tema. Muitos casos não são registrados como suicídios e são suicídios. Quando a pessoa pensa em tirar a própria vida, ela já vem passando por uma série de pensamentos e um processo doloroso, solitário e lento”, explicou.

Hélcia frisou que a dor emocional nem sempre é visível:

“É uma dor invisível, não deixa ferida, no exame não vê, mas que a dor está forte para alguns.”

A profissional também alertou para o crescimento da automutilação entre jovens nas escolas públicas, lembrando que esse comportamento é um sinal de sofrimento psicológico.

“Até a pessoa passar por um processo físico, ela já vem sofrendo psicologicamente”, afirmou.

Defensora da presença constante de psicólogos nas instituições de ensino, ela ressaltou que a atuação deve ir além da simples inserção do profissional no espaço escolar:

“Não é só ter o profissional de psicologia na escola, mas precisamos pensar em propostas para evitar que os jovens se percam.”

Durante a explanação, Hélcia sugeriu que instituições de ensino superior da cidade desenvolvam pesquisas científicas nas escolas, como forma de colaborar com diagnósticos e estratégias de enfrentamento ao problema.

A psicóloga também destacou o trabalho da clínica-escola da AESET, que oferece atendimento psicológico gratuito à população em situação de vulnerabilidade social, fruto de uma parceria com a Prefeitura de Serra Talhada.

“Nós garantimos gratuidade ao atendimento psicológico para pessoas com vulnerabilidade social, via acolhimento por meio da parceria com a prefeitura”, concluiu.